Você já sentiu dores na perna ao andar, como se fossem cãibras, que passam quando você para a caminhada? Isso pode ser claudicação intermitente. Segundo um estudo publicado no The Lancet, 202 milhões de pessoas no mundo têm a doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), que é a causa da claudicação. E o pior: os sintomas dessa doença podem ser silenciosos.
A doença arterial obstrutiva periférica acomete, principalmente, os membros inferiores e trata-se do estreitamento ou obstrução dos vasos sanguíneos arteriais (aqueles responsáveis por levar o sangue com oxigênio e nutrientes para os tecidos). A doença pode acontecer em homens ou mulheres.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional de São Paulo (SBACVSP), a prevalência da doença é de 10% a 25% na população acima dos 55 anos e cerca de 70% a 80% dos pacientes afetados por ela são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. Isso dificulta o diagnóstico precoce.
A causa dos estreitamentos e obstruções arteriais é a aterosclerose (acúmulo de placas de ateroma – gordura, cálcio e células da inflamação – na parede dos vasos sanguíneos) e os principais fatores de risco para a aterosclerose são: fumo; pressão arterial alta; diabetes; sedentarismo; colesterol alto; histórico familiar; obesidade; doença cardíaca; e o próprio avanço da idade.
Esse estreitamento ou obstrução dos vasos sanguíneos diminui o fluxo sanguíneo arterial e essa diminuição pode lesar nervos, músculos e outros tecidos, tanto em médio quanto em longo prazo.
Dores na perna e dificuldade para caminhar
Dependendo do avanço da doença, o principal sintoma é a dificuldade para caminhar. Pessoas acometidas pela DAOP apresentam dor no pé e panturrilha e, às vezes, na coxa e glúteo depois de caminharem por algum tempo. Entretanto, essas dores podem cessar após alguns minutos de repouso, o que dá a falsa sensação de bem-estar.
Em casos em que a doença já está mais avançada, a dor na perna pode não passar mesmo com repouso e, eventualmente, feridas ou gangrena nos pés podem aparecer pela falta de circulação.
Além desses sintomas, pode apresentar: escassez de pelos nas pernas ou pés; diminuição ou ausência da pulsação das artérias no membro acometido; úlceras nos pés ou dedos dos pés; pele com cor azulada ou pálida nos dedos ou pés; unhas mais quebradiças nos dedos dos pés; e músculos da panturrilha menos desenvolvidos (hipotrofia).
Bons hábitos são essenciais na prevenção
No dia a dia algumas atitudes podem ajudar na prevenção. São elas: evitar o fumo; controlar a pressão arterial; controlar rigorosamente a diabetes; praticar atividades físicas regulares; realizar exames de rotina com o cirurgião vascular; e ter uma alimentação saudável.
Tratamento
A cirurgia endovascular, minimantente invasiva, com angioplastia das artérias afetadas, pode ser necessária para melhorar a qualidade de vida quando a claudicação intermitente atrapalha o dia a dia do paciente. Também está indicada quando aparecem úlceras ou gangrenas no pé ou perna pela falta de circulação, com o objetivo de reestabelecer a circulação e evitar amputações.
A cirurgia aberta de bypass ou pontes para revascularização da perna afetada pelo DAOP também pode ser feita quando não é possível realizar a cirurgia endovascular (angioplastia).
Para mais informações e para tirar suas dúvidas, procure um cirurgião vascular e endovascular.